17 de junho de 2009

Surreal

Fiquei de olhos esbugalhados quando li o título de uma notícia de hoje.
Dizia assim: Comissão de Protecção de Menores de Cascais obriga mãe de Martim a parar greve de fome.
Detive-me para pensar um pouco antes de ler o resto do texto e resolvi propor-me um desafio. Isto sou eu a pensar: “Vou adivinhar as estratégias utilizadas pela CPM para obrigar a mãe de Martim a etc. e tal”. Ocorreram-me várias:

1ª (pouco original e óbvia) – a CPM introduziu, à força, uma sonda pelo esófago abaixo da mãe: ligação directa ao estômago para obrigar a rapariga a comer.
2ª (já mais rebuscada, mais na moda) – a CPM entregou num tribunal qualquer uma providência cautelar para obrigar a mãe de Martim a parar a greve de fome o que, indirectamente, o por oposição à greve, a faria começar a comer. Por ordem do tribunal, claro.
3ª (já no reino da fantasia) – a CPM atou a moça de braços e pernas e alimentou-a com papa extra-nutritiva roubada à instituição que acolhe o filho.

Meus amigos, chegando aqui, e antes de continuarem a ler o resto do meu post, convido-vos a acrescentarem mais umas quantas estratégias à curta lista. É que assim de repente não me ocorrem mais.

Mas é óbvio que eu não tenho a imaginação e criatividade dos técnicos da CPM de Cascais. Porque nem nos meu mais “wildest dreams” eu congeminado a solução encontrada. São altamente originais, estes senhores e senhoras, se bem que pouco eficazes.

Aqui vai, desfaço já o mistério: a CPM de Cascais ameaçou os pais da mãe de Martim, (os avós de Martim, portanto) que a retirariam à família e a institucionalizariam se ela não começasse a morfar à grande e à francesa!

Isso mesmo. Ela é menor e, se não parar o com “capricho estúpido”, é retirada à família.
Mas Ela já disse que, se por alguma eventualidade tiver que parar com o “capricho”, a mãe, que por sua vez também é a avó, continuará a greve de fome.

Bem sei que os pais/avós não são menores de idade, mas pergunto-me: caso a última venha a concretizar-se (a avó em greve), será que a CPM convoca (talvez até do além!!) os pais/avós/bisavós e ameaçam retirar os pais/avós à família?

Que coisa estranha esta incapacidade absoluta que têm algumas das nossas instituições para utilizar bom senso na resolução de problemas.

1 comentário:

Anónimo disse...

é que nem aqui na guiné tal aconteceria...se bem que é certo que as garotas são mães logo aos 12...mas de qualquer forma...que importa isso se forem realmente mães capazes? Tribunais capazes é que não ha ca...mas parece que ai b não...irrrrrra

Filha da mâe