7 de agosto de 2014

Não canto porque sonho

Há gente que vive uma vida inteira sem se deparar com esta maravilha, elegante e delicada:



Eu esperei quarenta anos! E foi por este intermédio:



(Gosto mais da primeira. Ainda ouvi aquilo que penso ser o original, do álbum "Atrás dos tempos vêm tempos", cantada apenas pelo Fausto e com o poema de Eugénio de Andrade, sem a inclusão das duas frases a bold, e também a versão cantada no espectáculo "Três Cantos", com Fausto, José Mário Branco e Sérgio Godinho. Também muito bonita, esta última, mas não consegui encontrá-la no youtube. Desta e desta não gostei lá muito...)

Não canto porque sonho.
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
teu sorriso puro,
a tua graça animal.

Canto porque sou homem
Canto porque és real
Se não cantasse seria
mesmo bicho sadio
embriagado na alegria
da tua vinha sem vinho.

Canto porque o amor apetece
Porque o meu corpo estremece
Porque o feno amadurece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
por vê-los nus e suados.

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