Estranha coincidência

Não sou adepta da teoria da cabala (ainda!). Mas não será uma estranha coincidência que salte para as primeiras páginas dos jornais a polémica da professora tarada sexual de Espinho precisamente num momento em que se discute a educação sexual nas escolas e em que alguns partidos (falsos moralistas) se opõem à distribuição de preservativos directamente aos meninos e meninas? Se esta história da educação sexual sexual for avante tal como está, casos como este pulularão por aí. Uns talvez com razão de ser, outros nem por isso. Mas no meio das baralhações, injustiças serão cometidas. É um risco que se corre.

Não tenho o hábito de acreditar em tudo o que aparece escrito nos jornais (melhor seria!) e é sempre bom ouvir os dois lados da história mas, neste caso, é difícil não arregalar os olhos ao ouvir as ameaças da tal professora aos seus alunos. Verdade se diga que as tais conversas de cariz sexual, não estão gravadas. Quanto a essas, não há provas. A não ser a palavra das sempre "inocentes" criancinhas em quem os pais costumam acreditar cegamente. No meio de toda esta polémica/cabala (que quando se fala de sexo é sempre um espectáculo nos media!) é preciso também não esquecer o acto das pequenas espias. Mas, para isso, cito aqui duas frases de duas crónicas de opinião que li hoje no DN e no JN:

Ferreira Fernandes diz no DN: "Vão dizer-me que a gravação da professora de Espinho vai permitir que ela deixe de dar aulas e isso é bom. Tudo bem. Mas eu digo-vos que é melhor ainda que, aos 12 anos, eu não tenha tido quem me fizesse espião a soldo".

Manuel António Pina diz no JN: "Educadas desde jovens para a bufaria e a delinquência e sabendo que o crime compensa, que género de cidadãos vão ser aquelas miúdas?"